quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011


a teus pés

os passos de espera
que por aqui andaram
me disseram do riso de que se vestiam.

de uma mulher que em vestes de mandala
se anunciava,
sorrateira.

das sombras que pela noite lhe seguiam,
clamando seu nome em rodopios.

nome que ela nunca dava.

pobres daqueles pés,
feito os meus,
cansados de buscar essa mulher.

ela que dançava entre os doentes,
entre pobres
e saudosos.

 
ela que sabia que a palavra fosse
dádiva.
e nada dizia.

cara de fernando diegues
palavra de victor valente

3 comentários:

  1. 'quem dança não é quem levanta a poeira, quem dança é quem reinventa o chão' - mia couto.

    penso que a obra do mia sempre foi referência naquilo que escrevo, que vivo. não que houvesse pensado na frase ao compor o poema (não pensei), mas me fica evidente como o fazer poético é uma reinvenção do mundo, como a dança. e que mais fazemos da vida além de dançar e escrever?

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  2. Balança menina, balaaança....huahiauhauhia
    eu precisa disso...rsrs

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  3. "entre o desejo de ser e o receio de parecer", reinventamos outro tempo, a possibilidade, o futuro que nos revelam andanças cotidianas, saudade que diz ser sonho de um re-encontro, nos REINVENTAMOS. para que “no lugar do suspiro saudoso põe-se a ânsia no há de vir”.talvez seja mais.além da dança e da escrita, quem sabe?....

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