quinta-feira, 3 de maio de 2012


memória auditiva


quando amanhã for frio
e não mais a brisa reavivar a espera - morna,
há de chegar de volta o tempo d'eu menino.

há de chegar de volta em olhos plácidos,
de uma sadia sonolência, agora ausente.

ignorando os honorários
e os dispensáveis compromissos do trabalho.

um ser latente admirava tudo isso!

virá, eu sei,
ignorante de qualquer merecimento,
ou culpa.

dos fatos que tornam qualquer vida besta
e irresistivelmente única.
o frio que aproxima a voz do fogo,
mais ancestral que o corpo,
mais ancestral que a bruma.

em nós, a pequenez
em cada bater de dentes.



cara de fernando diegues
palavra de victor valente

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